sábado, março 08, 2008

O CASTANHEIRA LEVOU-ME A MASSA

Desconfio que haja pior sensação do que a de se sentir roubado, e pior, é ver alguém roubar descaradamente o dinheiro (mesmo que possa ser insignificante quando comparado com 150 mil euros!) que damos para um clube. Pois é, é assim que me sinto. Durante anos, pagar quotas era quase um sacrifício. Por um lado o desejo de ajudar o clube e ter orgulhosamente as quotas em dia, por outro, sentir que aqueles copos bebidos às tantas da manhã por estes bares fora e aquelas festanças todas também eram feitas com o nosso dinheiro. Tudo “rebentou” e nenhuma alma caridosa da altura assume a gestão desastrosa (ou será danosa?) que esteve vigente no clube. No tribunal, o acusado quase que é considerado herói, tais foram os êxitos alcançados pelo clube. O tempo não pode apagar o que aconteceu, não pode apagar quem cavou o buraco enorme onde se encontra o Santa Clara e que esperamos não venha a hipotecar o futuro do clube!
É que agora, ter que aguentar as consequências dos tempos dos “luxos” e das “luxúrias” é caminho bastante penoso e ingrato.
Queira a história recordar todos aqueles que engrandeceram o nome do Santa Clara à custa do seu trabalho e do seu sacrifício sem com isso engrandecer de forma vergonhosa os seus bolsos.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Esclarecimento

No passado domingo, enquanto o coração disparava sem parar, a ouvir pela rádio o relato do clube que põe os Açores no mais alto patamar do futebol português, oiço às tantas algo como “(…) o Santa Clara não é uma equipa que lute para ser campeã nacional”. Ora bem, nada como esclarecer aqui uma coisinha, para os mais esquecidos:

CLUBE DESPORTIVO SANTA CLARA

- Campeão Nacional II Divisão “B” – 97/98
- Campeão Nacional II Liga 00/01

Epa, até podemos ser muito maus, ter os ordenados todos em atraso (há gente muito pior…) mas não nos tirem aquilo que é nosso.

O Santa Clara, nem que seja no campeonato nacional de berlinde é, e será sempre, um candidato a ser CAMPEÃO NACIONAL!!

domingo, outubro 28, 2007

Os erros da vergonha




O futebol português continua no seu caminho normal. Anda de vergonha em vergonha, de mentira em mentira, descaracterizando a verdade desportiva e a verdadeira essência do futebol onde ganha aquele que é efectivamente melhor dentro do campo. O poder está de tal forma instalado que pouco pode ser feito. O trabalho diário e honesto das equipas é insuficiente, pois há sempre alguém a desvirtuar a verdade.
Por mais que queiram fazer querer, o Clube Desportivo Santa Clara não encara com sobranceria as competições onde entra. O Santa Clara tem demonstrado, com humildade, toda a sua classe, superioridade (evidente!!!), qualidade e querer, no deserto do futebol português onde impera a mediocridade e a mentira. O Santa Clara conhece bem o mais alto patamar do futebol português, já lá esteve (para grande tristeza de muitos...) e quando lá andou fez muito mais do que muitos que se julgam os maiores, mas que na grandeza só têm a ignorância.
A arbitragem, já não surpreende quem quer que seja, é má, sem critérios, tendenciosa, sempre defendida pelas regras do "jogo". O povo açoriano sabe bem o que é lutar contra tudo e todos, sabe bem o que é a injustiça, e é exactamente por isso que as "batalhas" semanais têm que ser encaradas como guerras onde vale tudo até “derramar sangue”.
Quanto a Paulo Sérgio, que continue o excelente percurso, com a mesma ambição de sempre, acreditando naqueles que são sem margem de dúvida, os melhores jogadores da Liga de Honra.
O futuro só pode ser de sucesso, contra tudo e contra todos!!

domingo, junho 10, 2007

Simplesmente Marta...

Marta Ferreira, a manager dos Xutos & Pontapés e uma das mais importantes figuras na estrutura da banda, partiu do nosso convívio.
Com a sua forte personalidade, juntou a admiração de todos os que com ela lidavam e a sua partida deste "Mundo ao Contrário" deixa sem dúvida um vazio difícil de preencher.
Num grupo que esteve quase a desaparecer exactamente devido a um manager, Marta Ferreira soube comandar a nau e levar os Xutos para os mais elevados patamares de qualidade. Os espectáculos, pensados e organizados ao pormenor são exemplo disso mesmo.
É difícil esquecer aquele momento onde na sede dos Xutos, rodeado de 25 anos de pura história da maior banda de sempre, com ela tive a oportunidade de conhecer um pouco mais do grupo.
A Marta jamais será esquecida e que melhor tributo do que a união daquela família recordando sempre quem lhes "tratou sempre muito bem" como um dia disse Zé Pedro.
Descansa em paz "Mulher do Leme"!!

Rescaldo da época

A Época 2006/2007 foi, para o Clube Desportivo Santa Clara, uma época peculiar.
Com o campeonato já a decorrer, as eleições trouxeram uma mudança de direcção e pela primeira vez, desde há uns bons 10 anos, o clube chega ao final da época com apenas 1 mês de salários em atraso.
No meio de um rol de asneiras, trapalhadas e afins, a direcção comandada por Paulino Pavão (seria mesmo?!) acaba por preparar uma boa equipa, acima de tudo competitiva, para uma Liga de Honra extremamente difícil. Os elevados salários de alguns jogadores desequilibraram um pouco mas na realidade o plantel não era mau e até poucas jornadas do fim lutou pela promoção.
A entrada de uma nova direcção, carregada da própria expectativa e esperança que um acto eleitoral só por si cria, veio equilibrar o Santa Clara. A reabertura do mercado em Janeiro foi disso exemplo. Livramento não podia ficar no clube. Não foram feitas contratações pois a situação não permitia, houve ponderação e realismo.
O excelente 4o lugar vem de certa forma premiar o esforço de muitos; jogadores, equipa técnica e direcção.
Os atritos que existiram (estarão sanados?) eram óbvios. Quando alguém que sai e não sabe perder, procura insistentemente minar todo o grupo, outra coisa não seria de esperar.
Paulo Sérgio consegue uma impressionante regularidade e competitividade no seu percurso como treinador, e isso é indesmentível.
Depois de um plantel com jogadores de nível muito elevado, a próxima temporada é encarada com muita expectativa. A aposta no atleta açoriano parece ser clara, no entanto, quando aplicada de forma obcecada e pouco pensada, torna-se numa das piores medidas possíveis. É sim importante apostar em jovens com valor, sejam eles açorianos ou venezuelanos!
É importante não esquecer que um dos exemplos mais fortes nessa aposta é feita pelo Operário, que em boa verdade, há muito já merece uma presença na Liga de Honra.
O discurso para a próxima temporada só pode ser de ambição moderada pois mais importante que tudo é procurar equilibrar as contas do clube, criar activos que se tornem mais valias no futuro. Na realidade açoriana só este pode ser o caminho, nunca abdicando claro, da ambição pela vitória jogo a jogo.
Que o Santa Clara continue a passear toda a sua classe e grandeza por todos os estádios por onde passa...

Fair Play

Pela 6ª vez em 9 edições, o Santa Clara venceu o Troféu Fair Play, instituído pela Liga de Futebol nos seus campeonatos profissionais.
Quando uma dessas vitórias é alcançada num ano em que o Santa Clara (na altura a disputar a Super Liga), desce de divisão, o troféu ganha ainda mais significado.
A postura e forma de encarar as competições pelo Santa Clara é digna de registo, toda a grandeza do clube também é espelhada dessa forma.
A presença do Santa Clara no mais alto patamar do futebol português é sem dúvida um orgulho para todos os que apostam no clube e que o vivem de forma intensa.
E se hoje são troféus de fair play, amanhã serão sem dúvida, outros troféus de grande peso, não só nacionais como também internacionais!

terça-feira, abril 24, 2007

O “tempo”



É sempre muito engraçado e pomposo dizer que não se faz algo ou explicar uma ausência com a “falta de tempo”. O grande problema é mesmo quando essa justificação é verdadeira!
Bem, graças a essas novas tecnologias vamos lá ver se o hibernado “Á minha maneira” volta aos devaneios.
Espero que o “tempo” permita…

domingo, novembro 05, 2006

Obrigado Paulino Pavão?!?!


Acabado de me sentar no estádio de S. Miguel para assistir ao jogo do Santa Clara, qual não é o meu espanto quando vejo uma faixa grande onde em letras garrafais aparecia "Obrigado Paulino Pavão".
Esbocei como é óbvio um sorriso e logo fiquei curioso, porque razão havia aquele agradecimento:
-seria pelo facto de Pavão ter chegado ao poder no Santa Clara sem ter sido sujeito a eleições, aproveitando um trabalho de sucesso feito pelo Eng.º Dionísio Leite, garantido assim a subida com poucos meses de liderança?
-seria pelo facto de ter gasto milhões e milhões de contos sem qualquer coerência e transparência (onde estão as contas?), levando o Santa Clara a uma situação financeira inqualificável?
-ou seria pelo facto de sempre se ter feito acompanhar, nas diversas direcções, por gente que, mais do que querer servir o Santa Clara, procurou servir-se à grande do clube?
Não consegui chegar a qualquer conclusão, mas também depois de um voto de louvor (que teve a minha abstenção!) ao presidente que agora cessa funções, já acredito em tudo...

Competência


As eleições, sejam elas para os mais diversos cargos, acarretam sempre uma elevada dose de esperança, que bastas vezes, e quando em demasia, acaba por se sobrepor à própria razão.
Tempos houve, que o Santa Clara precisou da carolice e paixão dos seus dirigentes, e teve isso mesmo.
Posteriormente, precisou de gente séria e realista mas não teve, mergulhou numa situação que muitos julgam ser quase definitiva.
Neste momento, mais do que seriedade e realismo, o Santa Clara precisa de competência. Precisa de gente audaz, que só com uma forte capacidade de trabalho aliada a uma enorme competência pode atenuar em muito, o passivo do Santa Clara.
Cruz Marques ganhou, teve a confiança e a esperança da maioria dos sócios que votaram, esperemos pois que, juntamente com a sua equipa consiga estar à altura de um clube que há muito ultrapassou o estatuto regional e até nacional.
Dos que saíram, nem fumo, afinal a porta por onde foram empurrados é bem pequena...

sexta-feira, setembro 15, 2006

Vida nova

“Só os burros não mudam!”

Tudo tem um fim. Há alturas em que o “THE END” aparece em letras garrafais e toca a arrepiar caminho para outro lado.
Novo rumo, nova vida, é o desejo premente. Isso de pagar para ter chatices é uma grande treta, antes ganhar para tê-las!
Que futuro será esse? Não sei, mas no fundo o que isso interessa agora?
Saudades do passado que acabou? Não… Nunca… LIVRA!!

Zé Pedro


Em pleno zapping, há uns tempos atrás, deparei-me com algo verdadeiramente histórico. Em plena RTP Memória, Simone de Oliveira entrevistava Zé Pedro dos Xutos & Pontapés, entrevista esta com data de 1987.
Então com 31 anos, o futuro senhor comendador falava da ainda breve carreira dos Xutos e dos sonhos que acalentava.
Aquilo que não imaginava na altura era tudo aquilo que iria acontecer nos 20 anos seguintes: carreira de sucesso, legião inigualável de fãs e o reconhecimento geral daquela que é a maior banda rock portuguesa de todos os tempos!
Por outro lado, aquilo que Zé Pedro não imaginava é que viria a tornar-se um exemplo de vida para muitos. Depois de tudo o que viveu e que deixou para trás, sem demagogias fala das suas experiências de forma realista e descomplexada.
No passado dia 14 de Setembro, Zé Pedro comemorou 50 anos de vida. Mais do que os meus parabéns, o meu obrigado por continuar a ter prazer em tocar e perpetuar os Xutos & Pontapés, o meu obrigado pela postura anti-vedeta, completamente amigável e simpática (pessoalmente confirmada!) para com todos os que vivem Xutos.
Obrigado Zé e venham de lá mais 50!

segunda-feira, setembro 11, 2006

Mesmo a jeito

A exposição pública inerente a determinados cargos, provoca em si especulações, acusações e muitas invejas.
Por isso mesmo, e aí se vêem os grandes líderes, é necessário assumir sempre uma postura honesta e não ilusória.
Em plena pré-temporada, a direcção do Santa Clara (ou foi apenas um elemento da direcção?) anunciou um jogo de apresentação aos sócios com uma grande equipa do norte da Europa e com presença assídua na Liga dos Campeões.
Resultado: nada!
Na interrupção do campeonato em Setembro, também vinha uma equipa do mesmo calibre. Resultado: nada!
A questão é que se calhar o melhor mesmo foi o Torneio com o Lusitânia, Operário e União Micaelense em Agosto, e o jogo treino à porta fechada com o Operário em Setembro, o problema é o alimentar/criar ilusões nos sócios, simpatizantes e até público em geral.
È que às tantas, passa-se a um descrédito total e em coisas bem mais importantes, ninguém é levado a sério e chega-se a duvidar das medidas, dos planos e afins… Mesmo que lá no meio tenham uma ou outra ideia interessante..

A cabeça de Zidane

Já no Mundial pareceu-me que Zinedine Zidane teria tido um bom motivo para enfiar uma boa marrada no italiano.
As vozes puritanas logo vieram crucificar o francês, esquecendo um passado brilhante como jogador de futebol.
Passados meses do acontecimento, e a cada pormenor que vai sendo tornado público sobre esse assunto, mantenho a minha opinião, Zidane foi realmente parvo, em vez de uma, devia ter dado DUAS cabeçadas no italiano!

sábado, julho 29, 2006

A ousadia

O Santa Clara regressa ao trabalho com oito caras novas no plantel e muita vontade de trabalhar.
Ao ouvir o treinador Paulo Sérgio na primeira conferência de imprensa após o primeiro treino, confesso que fiquei preocupado.
Não é que o jovem treinador teve a ousadia de ter um discurso claro, coerente e realista, afirmando que não prometia subidas de divisão a ninguém, apenas lutar jogo a jogo pela vitória e andar pelos lugares cimeiros da tabela!?
Mas não foi esse o mesmo discurso de Mário Reis? Não assinou Paulo Sérgio um contrato por objectivos, onde está bem claro a subida?
Temo que aconteça o pior, ou seja, o Santa Clara fazer um campeonato tranquilo e na primeira metade da tabela, e depois despedir o treinador após bom trabalho, por não ter atingido o objectivo estipulado no contrato.
O contrato estipula a subida em dois anos? Esperem para ver o que acontece no fim do campeonato se a equipa não subir...
Santa Clara sempre!

sábado, junho 17, 2006

Bandeira Regional


«A descrição completa da bandeira é a seguinte:
-A bandeira tem a forma rectangular, sendo o seu comprimento uma vez e meia a altura.
-A bandeira é partida de azul escuro e branco.
-A divisão do lado da haste tem dois quintos do seu comprimento, tendo a outra divisão três quintos.
-Ao centro, sobre a linha divisória, tem um açor voante, de forma naturalista estilizada, de oiro.
-Por cima do açor, e em semi-círculo, tem nove estrelas iguais de oiro, com cinco raios.
-Junto da haste, no canto superior, tem o escudo nacional.»

A bandeira açoreana, aprovada na sua forma e função actuais pelo Parlamento Regional em 1979.04.10 (DR 4/79/A), foi claramente influenciada pela
bandeira do Liberalismo, movimento que teve nos Açores refúgio e base de apoio para a tomada do poder. Esta bandeira sofreu diversas alterações ao longo do tempo, mas manteve-se sempre bipartida de azul e branco e contendo um açor e/ou nove estrelas. É um símbolo já bem antigo dos desejos de autonomia açoreana, tendo sido usada pelo menos desde Outubro de 1897. (< Jerónimo Cabral)

sexta-feira, junho 16, 2006

Pauleta

Dias antes do Mundial, um jornal desportivo publicava um pequeno artigo sobre Pauleta. Confesso que, apesar de não ser um texto humorístico, não consegui evitar em largar um sorriso.
No meio de tanta estupidez, diziam “quem iria imaginar há 9 anos que um jovem nascido em Ponta Delgada, poderia atingir tudo aquilo que atingiu?”.
Bom, já nem vale a pena estar a perder muito tempo com gente ignorante.
O país, do qual Pauleta veste a camisola, já teve um Presidente da República AÇORIANO, teve um presidente da Assembleia da República AÇORIANO, teve (e tem) como escritores de vulto AÇORIANOS, porque razão não poderia ter um AÇORIANO como o melhor marcador de sempre da selecção? Aliás, se formos a atentar em humildade, generosidade, profissionalismo, dedicação, tudo aliado a qualidade, Pauleta é, de longe, o melhor jogador de sempre!
Quem, há 16 anos via Pedro Resendes estrear-se como sénior no Santa Clara (depois de lá ter feito formação) antevia logo um futuro muito glorioso ao jogador. Os anos seguintes comprovaram isso mesmo. Só os portugueses nunca deram o devido valor ao jogador.
Inteligente é ele que prefere ficar em França, onde é tratado como um rei, em vez de vir para a podre e sem qualidade I Liga Portuguesa.
Então, quando olhamos para aquele bando de “pseudo-estrelas” que deambula pela Alemanha, chegamos todos a uma só conclusão, valha-nos o Pauleta!
Haja paciência.

A “não” notícia

Li há dias num jornal desportivo que a direcção do Santa Clara tinha anunciado que para a época 2006/07 ia haver uma redução, no orçamento, de 197 mil euros.
Notícia boa ou má? Nem uma coisa nem outra, essa é uma notícia que não o é verdadeiramente, no fundo, é nada!
Se os orçamentos não são aprovados em assembleia geral (nem tão pouco são conhecidos pelos sócios!), os relatórios e contas são como são, como pode o simples sócio considerar essa uma boa notícia?
Em ano de eleições esse tipo de notícia cheira a esturro, ainda para mais quando se sabe no dia imediatamente a seguir que o apoio do Governo Regional diminuiu em 50 mil euros.

Se se pretende passar ou transmitir algum tipo de mensagem, não basta parecer, é preciso ser.

sábado, junho 03, 2006

quarta-feira, maio 24, 2006

Mas tudo ok

A recente inauguração do novo Campo Pequeno deixou toda a gente entusiasmada. Foram gastos milhões. Mas tudo ok. Foram construídos estádios de futebol que arrasaram as contas do erário público. Toda a gente rejubilou. Mas tudo ok. No entanto, no autêntico "poço da morte" que é o IPO de Lisboa, deambulam diariamente muitas centenas de pessoas gravemente doentes em condições miseráveis! O lar que acolhe os doentes (e familiares) deslocados é verdadeiramente monstruoso e sinistro! Condições sub humanas a todos os níveis. Instalações degradadas e antigas, nenhumas condições de comodidade, alimentação deplorável. Estamos a falar de famílias a quem a doença destruiu qualquer sorriso ou alegria. Quem toma mão nisso? Este é o país real meus amigos, onde existem milhões de euros em estádios, pseudo personalidades que se acotovelam para aparecer na inauguração do momento, sempre com a esperança de figurar na capa daquela revista cor-de-rosa da próxima semana. Só acho que seria importante pensar um pouco mais nas coisas mais básicas e que se calhar não custam assim tanto. Mas tudo ok.

A preparação

Na preparação da época 2006/2007, a direcção do Santa Clara consegue algo que há muito não faz, mantém da época passada cerca de 15 jogadores. É, não só, uma clara aposta numa base de qualidade que já deu provas, e que, com alguns acertos (leia-se contratações) poderá de facto, reunir um grupo interessante para a dura batalha que será o campeonato da Liga de Honra. É também uma forma inteligente de dar continuidade a um projecto, evitando alimentar principescamente empresários de futebol, sedentos em colocar por todo o lado jogadores de valor duvidoso.
Apesar de preferir que Mário Reis tivesse ficado (com menos um ou dois adjuntos!), Paulo Sérgio pode representar a ambição, própria da sua juventude, e um desejo premente de se afirmar como treinador, fora dos ares algarvios. Pelo menos já conhece a grandeza do Santa Clara dos tempos em que envergou, como jogador, a camisola santaclarense, na ida época 97/98.
Os sócios aguardam as contratações, sempre na esperança que o investimento seja calculado e não ponha em risco as contas do clube.
Uma coisa é certa, o coração já bate acelerado de emoção e vontade de ver a máquina a trabalhar.

domingo, maio 14, 2006

Ainda a cláusula

No meu post “Cláusula” acho que não fui muito claro no que queria dizer. Concordo com um contrato por objectivos, não com o contrato por objectivos que, ao que parece, a direcção do Santa Clara apresentou ao treinador Mário Reis. Para mim um contrato por objectivos baseia-se na ideia de um salário base baixo e prémios por vitórias, convocatórias, golos, chamadas à selecção e classificação final. Objectivos claramente definidos, adequados à função de cada um, mas sempre com um peso preponderante, quer a nível de decisão quer a nível financeiro, no final da época. Isso sim é um contrato por objectivos e eu defendo que deve ser aplicado. Agora um contrato onde é estipulado que à jornada 10 ou jornada 20 o clube se não tiver um determinado número de pontos, pode mandar toda a equipa técnica embora sem pagar nada, não creio que seja muito correcto. Por dois motivos; primeiro, é preciso alguém (treinador) que aceite essas condições, segundo, no final da primeira volta, da época que agora finda, o Santa Clara tinha 20 pontos conquistados, acabou com 51. Um balanço a meio da época pode ser muito dúbio, mas claro que pode ser feito, com o devido cuidado. Na minha opinião, a solução é sim baixar os ordenados e aumentar significativamente os prémios finais.
Mas essa é apenas a minha opinião…

quinta-feira, maio 11, 2006

Ginásios

Com a praia já no horizonte, esta é a época do ano em que os ginásios se enchem de almas sedentas daquele corpo maravilhoso e musculado que é capaz de fazer parar o trânsito.
Para isso, tudo é possível e não há limites. No entanto há aqueles indivíduos que realmente merecem o meu destaque. São aqueles que entendem o ginásio como uma passerelle onde nela desfilam todas as suas capacidades físicas e intelectuais(?), sempre com o objectivo claro de impressionar aquela miúda que está no aparelho do lado a tonificar os glúteos. Pode a jovem apresentar um robusto buço, exalar a pior fragrância suor/refogada, nada disso interessa, se é do sexo feminino não há quem o pare!
Para ele o domínio de todos os aparelhos e alteres é total e não há quem o bata. Ele é levantar pesos exagerados, torcendo completamente a coluna e havendo o perigo real de flatulência incomodativa (pelo menos para os outros desgraçados que treinam) dada a força exercida expressa na vermelhidão do rosto, ou então 45 minutos de passadeira a uma velocidade estonteante com os bofes já de fora!
Findo qualquer exercício, o ritual é sempre o mesmo, vai à casa de banho levantar a blusa e olhar no espelho o seu tronco nu, contemplando com ar triunfal os resultados (que só ele vê) de tamanha actividade.
No entanto a parte melhor é quando começam a ver que existem outros elementos a treinar, e aí, a regra é clara, fazer mais 30 kg que o vizinho do lado! É o êxtase total!
No reverso da medalha, lá estou eu, correndo os meus 15 minutos de passadeira e levantando os meus miseráveis 20kg. Mas como o sonho comanda a vida, almejo atingir o patamar dessas almas iluminadas e claramente muito superiores ao comum humano…

A cláusula

Mário Reis não vai continuar à frente da equipa técnica do Santa Clara na época 2006/07 tudo por causa da cláusula da discórdia, que supostamente estipula que a direcção do clube podia despedir a equipa técnica a meio da época sem pagar qualquer indemnização, caso o clube não estivesse a atingir determinados objectivos (leia-se pontos).
Entendo que os balanços fazem-se no final do campeonato, mas ao que parece a direcção do Santa Clara (ou será apenas uma pessoa?) não partilha dessa opinião e deixa sair um treinador com valor e que ao fim ao cabo proporcionou ao clube a época mais tranquila dos últimos quatro anos.
Como é possível os responsáveis do clube pensarem desta forma, quando esta época o clube estava mal classificado na segunda volta, o presidente adjunto teatralizou uma demissão, e logo o clube ganhou seis jogos consecutivos, voltando a pensar na subida de divisão? No desporto em geral, mas no futebol em particular, tudo é subjectivo, o facto de acabar a primeira volta com 20 pontos não é sinónimo de acabar o campeonato com 40! Há imensos factores que contribuem decisivamente para o comportamento de uma equipa, factores esses que pela sua sazonalidade/ocasionalidade, podem levar o clube a ter comportamentos completamente díspares num espaço muito curto de tempo, e esse tempo não pode ser extrapolado.
Obviamente que Mário Reis não é o melhor treinador do mundo nem insubstituível, mas conseguiu juntar um grupo interessante a nível de qualidade, com bom balneário (ao que parece!) e estou certo que mantendo essa base, a próxima época poderia de facto ser muito interessante.
Assim não quis quem manda no clube…

O futuro encarnado

Para a época 2006/07, os dirigentes do Santa Clara têm a hipótese de se redimir de erros do passado. Poderão PLANEAR e GERIR da melhor forma a época, quer a nível financeiro, quer a nível desportivo.
A subida vai ser difícil de ser atingida, pois o leque de candidatos não só é extenso, como recheado de qualidade.
Com um passivo monstruoso, o Santa Clara deve apostar de forma objectiva numa recuperação financeira, por forma a não hipotecar o seu próprio futuro, criando bases para que daqui a 2/3 anos possa ser criada uma base de sustentação forte a todos os níveis, para atacar em força a I Liga, e estando aí, a manutenção pelo maior tempo possível.
Mais uma época de enorme investimento financeiro poderá não ser positivo atendendo ao actual panorama nacional. Manter a actual espinha dorsal da equipa com uma média salarial mais baixa seria o ideal, aliando a algumas contratações. Procurar rentabilizar jogadores jovens que possam trazer algum dinheiro ao clube poderá ser uma aposta positiva.
Uma imagem de seriedade, compromisso e honra, será, agora mais do que nunca, um chamariz para qualquer jogador que seja um verdadeiro profissional. Sem demagogias, sem utopias, sem viver acima das suas possibilidades, é possível fazer um campeonato tranquilo e positivo. Estarão os dirigentes do Santa Clara, em ano de eleições, à altura de um enorme desafio como esse?

Balanço positivo?

O Santa Clara acaba a época conseguindo de forma desafogada aquele que era (ou pelo menos devia ser) o seu principal objectivo, a manutenção.
Ao falhar a conquista do 4o lugar na última jornada em casa, o Santa Clara deixou bem expressa aquela que foi a imagem real de toda uma época.
A verdade é só uma, com um plantel de grande qualidade, a quantidade exagerada de pontos perdidos em casa não pode ser aceitável. Sentenciou de facto, qualquer hipótese de subida.
Não vamos esconder que existiram arbitragens muito habilidosas e estranhas, que as inúmeras lesões minaram bastas vezes as escolhas do treinador, mas fica a ideia de que esse é um plantel caro demais e com qualidade a mais para fazer o campeonato que fez. Em consciência, todos os jogadores aceitarão tal facto. Até porque, um jogador com larga experiência de 1a divisão e que no início desta época quando chegou ao clube, logo afirmou que o importante era haver sempre os salários em dia, por forma a que os jogadores apenas se preocupassem em jogar e atingir os seus objectivos. Se os ordenados estiveram sempre em dia o que faltou?
É importante referir, no entanto, que esta foi uma época positiva a nível social. Há muito que não me lembrava de uma época em que não surgiam histórias de jogadores em saídas nocturnas comprometedoras, salários em atraso, balneário conflituoso, etc... Se existiram, foram bem camufladas e só o facto de não passar nada para a imprensa já é positivo.
Feitas as contas, o Santa Clara cimenta a sua posição de clube de Liga de Honra e numa época difícil, onde desciam 6 equipas, alcança um positivo 6o lugar. Dias de glória virão...

E se for verdade?

Foi com ar incrédulo que li que o ex-líder da lavoura açoriana Manuel António Martins quer processar Carlos César por retaliações do presidente açoriano a uma negação de apelo ao voto socialista, por parte do empresário agrícola, nas eleições regionais de 2000. O que está em causa é um apoio de 300 mil euros ao Operário, quando Manuel António era presidente do clube lagoense, compromisso esse que não foi cumprido por César dada a negação do agrícola.
Ora bem, ou Manuel António não pensou bem no que disse ou então estamos perante um caso grave de favorecimento ilícito a um clube de futebol e uma promiscuidade assustadora entre futebol e política. E se for verdade? Decerto que o suposto apoio não estava legislado, pois se assim fosse teria sido concedido. O apoio pela palavra Açores tem muito que se lhe diga e ao que parece varia consoante o freguês...
A história não está clara. Carlos César já considerou tais declarações “tresloucadas”… Aguarda-se de forma atenta o desenrolar desta novela...

sábado, abril 08, 2006

Um ano depois a “Maneira” continua

Parece que foi ontem, mas na realidade este pequeno espaço acaba de fazer um ano de vida!
O bichinho começou com SPN, o “À minha maneira” foi criado para registar alguns dos devaneios que decido partilhar com aqueles que ainda têm a paciência de vir aqui ler essas linhas, e em alguns casos partilhar também as suas “maneiras”.
Posteriormente surgiu o honroso convite para a “Bancada” e lá vou eu sendo um “corisco” sempre que posso.
Como esse blog nunca teve qualquer objectivo em concreto, não há qualquer balanço a fazer, apenas agradecer a todos os que por aqui aparecem.
Obrigado e bem hajam!
ACBC

quarta-feira, março 15, 2006

Sondagem

Quando numa universidade pública existe uma disciplina que tem inscritos 400 alunos (quando devia ter em média 175 alunos) qual o procedimento que se deve tomar:
A) Não vale a pena fazer nada, os alunos são todos burros e não estudam
B) Bom bom era organizar duelos físicos com os professores e ver quem leva a melhor
C) "Epa bora assobiar para o lado e fingir que isso não acontece, se formos entrar nessas guerras isso vai dar chatice. Vamos mas é refilar contra as propinas!"
D) ACBC pára com essas tretas, aquilo que queremos é mais artigos sobre o Santa Clara e não sondagens que não interessam para nada

É só votar meus amigos!

Velhos guetos velhas mentalidades

A recente campanha levada a cabo na vila de Rabo de Peixe em São Miguel, na qual as caixas de pescado que se encontram abandonadas nas rochas são trocadas por pacotes de leite, não tem sido bem recolhida pelos populares.

"Trocar caixas por pacotes de leite é "falar mal de Rabo de Peixe, as crianças não estão a morrer à fome aqui", diz José Elísio, assistindo à operação de limpeza. Outro popular, um jovem, admitiu mesmo que se a troca fosse por álcool era ele que se deslocava à rocha "para ir buscar caixas"." in Açoriano Oriental

Ora bem, aquilo que Rabo de Peixe precisa não são os milhões dos fundos europeus EFTA. Para esses "velhos guetos" aquilo que é preciso são mesmo "novas mentalidades"...