sábado, abril 30, 2005

Continuamos a salvo!..

Durante a minha jornada na capital portuguesa, tenho assistido e ouvido muita coisa “interessante”.
Estava eu sentado, já preparado para hora e meia de dimensionamento de estruturas, quando oiço um casal de jovens mesmo atrás de mim a conversar. Ele, açoriano da zona central do arquipélago, afirmava estar ansioso por acabar o curso e voltar para a sua ilha pois tinha amigos que anteriormente tinham feito o mesmo e lá foram encontrar bons ordenados e regalias deveras tentadoras. A jovem (portuguesa) não se susteve e logo afirmou que era incapaz de ir para os Açores trabalhar porque lá “não tinha onde gastar o dinheiro que viria a ganhar”.
Pois bem, depois de ouvir tal desabafo, não podia ter ficado mais satisfeito, a minha alma rejubilou de alegria por uma razão muito simples, os Açores não precisam de pessoas ignorantes, de pensamento reduzido e que não trazem qualquer mais valia.
Assim sendo, enquanto essa jovem tiver este pensamento, nós os açorianos agradecemos porque ela, e muitos outros com ideias semelhantes, estarão com os pés bem longe da região...
Açores SEMPRE!!

quinta-feira, abril 28, 2005

Parabéns CAMPEÃO!

Hoje, dia 28 de Abril, aquele que é o melhor jogador de sempre do futebol açoriano, celebra o seu aniversário.
Pedro Resendes, mais conhecido por Pauleta (e não Pedro Pauleta, como de forma ignorante é tratado pela imprensa continental) é um exemplo para todos os desportistas, humildade e profissionalismo sempre marcaram e marcam a sua carreira.
Saber que este grande goleador deixou o Santa Clara porque na renovação do contrato que findava, apenas foi proposto, pelo clube, um aumento de 5% aos 50 contos que na altura ganhava (o que logo foi rejeitado pelo jogador) é frustrante e sinónimo de pouca visão de futuro de quem tomou tal decisão.
Continuo a alimentar o sonho de ver o nosso Pauleta a estrear-se na Superliga com a camisola de um clube pelo qual passou na sua formação, o Clube Desportivo Santa Clara!
Parabéns CAMPEÃO!!

quarta-feira, abril 27, 2005

A selecção “de todos nós”

Assumo de forma clara e descomprometida que não sou adepto da selecção nacional de futebol, a tal “selecção de todos nós” como orgulhosamente todos a chamam.
Sinceramente, não me revejo num grupinho de jovens (e outros não tão jovens) ricos, mimados, com brincos e cabelos sebentos de gel, que de forma hipócrita afirmam que têm orgulho em servir o país e depois quando chegam as competições, Europeu ou Mundial, as suas únicas preocupações são os prémios de jogo e não a preparação física e mental para enfrentar tais campeonatos. Se são tão patrióticos, provem isso mesmo e façam como muitas selecções fizeram aquando do Euro 2004, abdiquem dos prémios em benefício de instituições de caridade ou do género, mostrem que servem o país de forma desinteressada mas com profissionalismo e dedicação.
Isto é tão verdade que ainda recentemente um jogador da selecção veio tornar público aquilo que muitos de nós já há muito tínhamos visto, os jogadores vão para a selecção descansar.
A excepção é clara, Pauleta, um dos poucos jogadores que luta sempre com bravura e sempre com o pensamento na vitória, o reconhecimento disso mesmo é a entrega da braçadeira de capitão de equipa.
O último jogo que vi da selecção foi contra a Grécia na final, até admito alguma qualidade na equipa, mas nada que me mobilize.
Desejo a maior sorte à selecção portuguesa, nomeadamente ao Pauleta que desejo seja o melhor marcador de sempre da selecção, mas continuo a preferir apoiar as selecções (jovens) dos Açores e quanto a cachecóis, o meu pescoço prefere mesmo o cachecol do Santa Clara...

sábado, abril 23, 2005

Números da OCDE

Num relatório apresentado pela OCDE em 2004, foram apresentados números impressionantes. Portugal tem o maior índice de abandono escolar da Europa. Outro número indica que a percentagem de diplomados em relação às entradas no ensino superior é de 50%, ou seja, 1 em cada 2 jovens que entram no ensino superior em Portugal abandonam o curso a meio. Este número não tem paralelo na realidade europeia e vem tão só cavar ainda mais o fosso existente entre o país lusitano e o resto da Europa.
Soluções? Acabar com as propinas? Claro que não! Acabar com os exames? Evidentemente que não! Ignorar esta realidade e assobiar para o lado? É o que tem sido feito nos últimos anos.
É urgente reformular todo o ensino superior, enquadrar as licenciaturas para aquilo que a sociedade necessita e não para servir os interesses de muitos professores universitários.
Não pode haver medo de arriscar, e arriscar é tão só assumir o que está mal procurando servir da melhor forma a verdadeira realidade do mercado de trabalho.

A Casa dos milhões

Foi inaugurada com pompa e circunstância a Casa da Música que acabou por ter um custo muito superior ao inicialmente projectado.
O que importa é festejar, não interessa averiguar a razão para tamanho deslize financeiro, se tem lógica ou não, ou procurar os seus responsáveis, alguém há-de pagar a obra.
Essa é a mentalidade portuguesa, não a minha, e no meio disso muita, mas mesmo muita gente meteu bom dinheiro no bolso.
Não sou contra os grandes empreendimentos, sou isso sim contra a política das grandezas e do gastar desmesuradamente dinheiros públicos sem coerência e rigor.

terça-feira, abril 12, 2005

Longa se torna a espera…

Tenho o grande orgulho de conhecer relativamente bem toda a obra e todo o percurso da maior banda de rock portuguesa de sempre, os Xutos & Pontapés, estando inclusive presente em alguns concertos marcantes e históricos.
26 anos de união, distâncias, atritos, alegrias, lágrimas, drogas, álcool, glória, reconhecimento, mas acima de tudo de uma autêntica legião de fãs que fazem dos Xutos uma forma de viver.
Os Xutos são a minha forma de viver; os seus hinos fortes, a postura avessa a mediatismos, não encontram paralelo no panorama do rock português e são, acima de tudo, influências para dezenas de bandas que por aí proliferam.
Em Outubro de 2004, bem acompanhado pela “ mais que tudo” e por grandes amigos, assisti a um memorável concerto de celebração dos 25 anos da banda. Pavilhão Atlântico cheio, gerações de netos acompanhadas pelas gerações dos avós soletravam as letras, mas acima de tudo, mergulhavam na magia da banda. Esta é a essência dos Xutos, o prazer da música em contra ponto com o poder do marketing e vontade desmesurada pela venda de discos.
Resultado: 26 anos e nem um registo em DVD editado!
Os fãs desesperam e imploram, mas até agora nada…
Já diz a música… “ Longa se torna a espera”.

Boa notícia

No passado Santa Clara - Desportivo de Chaves, estiveram presentes 50 espectadores. A boa notícia para o clube é a seguinte: a manter-se esse número, no jogo com o Portimonense no próximo dia 8 de Maio a assistência será de 51 espectadores!! E mais, o quinquagésimo primeiro espectador é sócio do clube e como sempre o faz, vai pagar o seu bilhete!

Fé ou loucura?


Não sei se os ordenados estão em dia, não sei se a direcção é competente ou santaclarense, não sei se o Formosinho é bom treinador ou não, não sei se o ambiente no balneário é bom ou não, mas uma coisa sei, a manutenção é possível!
Na minha fé, loucura, ingenuidade ou até ilusão, assumo: eu acredito na manutenção!

sexta-feira, abril 08, 2005

Demissões

Aquando da contratação do novo treinador de futebol do Santa Clara, veio a público que, após a demissão do vice presidente Paulo Araújo já apresentada, mais dois vice presidentes se preparam para abandonar o clube.
Razões? Essas ninguém as conhece…
Tudo isto quando passam apenas cinco meses, repito CINCO meses, desde a tomada de posse desta direcção.
Que conclusão pode tirar o simples sócio que todos os domingos quase desfalece de sofrimento no apoio ao clube e que tem as quotas em dia?
As mais variadas:
1- Que a situação do clube é grave, todos nós sabemos, inclusive esses senhores, então porque aceitaram participar nas listas?
2- Será a actual gestão do clube tão desastrosa que querem “abandonar o barco” o mais cedo possível com medo de futuras ligações a gestões danosas?
3- Estão esses senhores a ver a II B cada vez mais próxima e como tal querem fugir já com medo do “desprestígio” de comandar o clube na II B?
4- A justificação de questões pessoais pode ser apresentada, mas é uma grande coincidência se forem apresentadas pelos três.
5- Serão esses senhores verdadeiramente santaclarenses?
6- Será o dr LM verdadeiramente santaclarense?

Não sei, mas todas essas ideias se instalam no pensamento dos sócios.
Talvez as justificações a serem apresentadas sejam bem mais plausíveis e elaboradas do que as apresentadas acima, e estamos nós, os sócios, a divagar e a procurar problemas onde eles não existem…

A mudança

Com o intuito de ganhar mais experiência na recta final do campeonato, o Santa Clara contratou Ricardo Formosinho para treinador principal, voltando Francisco Agatão para o posto de treinador adjunto.
É uma decisão arriscada e discutível, mas de certo modo compreensível, ainda é possível alcançar a manutenção.
Por outro lado, ressalta a cada vez maior importância de Francisco Agatão na equipa do Santa Clara. Conhece bem os cantos à casa e acabou por fazer um trabalho muito aceitável enquanto comandou a equipa, em 17 jornadas conquistou 22 pontos. Talvez alguma inexperiência, que pode ser fatal nesta fase do campeonato, tenha levado a esta situação. Aconteça o que acontecer, Agatão merece ficar no Santa Clara, é preciso não esquecer que só nos primeiros três jogos como treinador principal, igualou o pecúlio de José Morais em dez!
Que a estrelinha da sorte acompanhe Formosinho e seus pares nesta fase decisiva porque até final do campeonato ainda vão aparecer adversários muito “poderosos”…

segunda-feira, abril 04, 2005

A responsabilidade

Ele há coisas que nos deixam surpresos mas verdadeiramente contentes. Caminha este blogger pelos caminhos tortuosos da vida, quando, orgulhosamente para ele, alguém amigo entende ser ele capaz de ser importante, e ter um papel de certa forma activo, na educação e no crescimento de uma criança. Impávido mas sereno, o orgulho enche-lhe a alma e uma imensa alegria invade o seu pensamento. Apesar de nunca imaginar tal cenário, aceita o “convite” procurando desempenhar da melhor forma este papel de tamanha responsabilidade.
Caro Rodrigo, mais do que um padrinho, procurarei ser sempre um AMIGO com o qual poderás sempre contar, apoiando e respeitando sempre as tuas decisões e os caminhos que procurares seguir.

“Estudantices”

Há por aí Institutos Superiores de ensino que estão autenticamente ultrapassados e completamente desfasados da realidade da sociedade civil e do mercado de trabalho. Esquecem-se que um nome ou estatuto adquirido ao longo de anos, actualmente não serve de nada se não houver qualidade e competência na formação dos homens e mulheres de amanhã.
Existem depois dois tipos de professores, os professores com botões de punhos e os professores de mangas de camisa. Os com botões de punhos auferem grandes ordenados pelo seu estatuto, mas esse mesmo estatuto é tão elevado que a sua presença na universidade para esclarecimento de dúvidas e outro tipo de acompanhamento ao ensino dos alunos, é diminuta, assim como o seu interesse em comparecer na universidade uma mísera vez por semana, é cada vez menor. São bastas vezes tão conceituados que a sua distância relativamente aos alunos é muita, não tendo pois qualquer capacidade de análise das dificuldades e necessidades dos alunos, resultando daí muitas vezes a elaboração de exames com quase nenhuma adequabilidade académica.
Por outro lado, os professores de mangas de camisa, vivem de e para a universidade, ou seja, fora dela não são nada e criam dentro dela, consulados nos quais dominam tudo e mais alguma coisa. As excepções a estes dois tipos são tão poucas que nem são comentadas.
Procurar as VERDADEIRAS razões para o ELEVADO INSUCESSO dos alunos não interessa, não convém mesmo nada abanar os poderes instituídos, o importante é manter a fachada, porque interessa esconder que muitas cadeiras têm níveis de insucesso superiores a 80%.
É verdade que muitos estudantes apenas procuram folias e borgas, passando assim uma imagem negativa, mas também é verdade que não são todos assim.
Só quem passa por dentro destes “bastiões do ensino” da sociedade é que se apercebe e conhece a realidade, não aceitando as explicações e justificações públicas. São professores que fazem o que querem dos alunos, ostentando desmesuradamente o seu “poder” sem que os alunos possam fazer o que quer que seja; são professores sem qualquer preparação pedagógica que por um mestrado qualquer passam a ser muito importantes, estando nas universidades apenas ao serviço dos seus próprios interesses e das suas investigações, que no fundo é o que os mantém por lá.
Se calhar isto é tudo fantasia e a maneira mais fácil de explicar tudo isso e a que menos celeuma levanta é sempre a mesma, os estudantes universitários só querem festas e se não passam é porque não estudam, os professores, esses, são sempre muito bons!!!