segunda-feira, abril 04, 2005

“Estudantices”

Há por aí Institutos Superiores de ensino que estão autenticamente ultrapassados e completamente desfasados da realidade da sociedade civil e do mercado de trabalho. Esquecem-se que um nome ou estatuto adquirido ao longo de anos, actualmente não serve de nada se não houver qualidade e competência na formação dos homens e mulheres de amanhã.
Existem depois dois tipos de professores, os professores com botões de punhos e os professores de mangas de camisa. Os com botões de punhos auferem grandes ordenados pelo seu estatuto, mas esse mesmo estatuto é tão elevado que a sua presença na universidade para esclarecimento de dúvidas e outro tipo de acompanhamento ao ensino dos alunos, é diminuta, assim como o seu interesse em comparecer na universidade uma mísera vez por semana, é cada vez menor. São bastas vezes tão conceituados que a sua distância relativamente aos alunos é muita, não tendo pois qualquer capacidade de análise das dificuldades e necessidades dos alunos, resultando daí muitas vezes a elaboração de exames com quase nenhuma adequabilidade académica.
Por outro lado, os professores de mangas de camisa, vivem de e para a universidade, ou seja, fora dela não são nada e criam dentro dela, consulados nos quais dominam tudo e mais alguma coisa. As excepções a estes dois tipos são tão poucas que nem são comentadas.
Procurar as VERDADEIRAS razões para o ELEVADO INSUCESSO dos alunos não interessa, não convém mesmo nada abanar os poderes instituídos, o importante é manter a fachada, porque interessa esconder que muitas cadeiras têm níveis de insucesso superiores a 80%.
É verdade que muitos estudantes apenas procuram folias e borgas, passando assim uma imagem negativa, mas também é verdade que não são todos assim.
Só quem passa por dentro destes “bastiões do ensino” da sociedade é que se apercebe e conhece a realidade, não aceitando as explicações e justificações públicas. São professores que fazem o que querem dos alunos, ostentando desmesuradamente o seu “poder” sem que os alunos possam fazer o que quer que seja; são professores sem qualquer preparação pedagógica que por um mestrado qualquer passam a ser muito importantes, estando nas universidades apenas ao serviço dos seus próprios interesses e das suas investigações, que no fundo é o que os mantém por lá.
Se calhar isto é tudo fantasia e a maneira mais fácil de explicar tudo isso e a que menos celeuma levanta é sempre a mesma, os estudantes universitários só querem festas e se não passam é porque não estudam, os professores, esses, são sempre muito bons!!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Ora nem mais...é td verdade. E qt mais se entra nos "bastiões do ensino", percebendo todo o esquema, o tempo e a paciência começam a esgotar-se e n tarda estamos com as 50 cadeiras feitas, um vai à tua vida, mas paga as 100 mocas do diploma e outras tantas para um certificado como deve ser, e mts parabéns. Se a solução é a uniformização do ensino pela Europa fora, apregoada pelo processo de Bolonha, que venha ela para o bem das próximas gerações de estudantes. Ah, mas tou certo que os gajos dos cadeirões e dos botões de punho n vão para lado nenhum.

Haja saúde!!

Anónimo disse...

De acordo! Como vosso colega de uma universidade que dava bem menos trabalho que o vosso instituto, solidarizo-me, pois sei o que voces bem passam aí...falta de gajas, comida da cantina sem prestar, montes de portugueses, torneios de futebol com resultados falseados sempre a prejudicar uma firme e hirte equipa dos açores...enfim...um pesadelo...